Sobre a gravação do álbum “Velvet Underground and Nico”

Andy Warhol:
Durante todo o tempo em que o álbum estava sendo feito ninguém parecia satisfeito com aquilo, especialmente Nico. “Quero cantar como Baawwwhhhb Deeelahhn” (Bob Dylan!), gemia ela, contrariadíssima porque não conseguia.

Lou Reed:
Andy deu uma dentro ao garantir que em nosso primeiro álbum a linguagem permanecesse intacta. Acho que Andy estava a fim de chocar, de dar uma sacudida nas pessoas e de não deixar que nos convencessem a fazer concessões. “Oh, vocês têm que ter certeza de que os palavrões serão mantidos”. Ele foi inflexível nisto. Ele não queria que fosse feita uma limpeza, e, porque ele estava lá, não foi feita. E, em consequência disso, a gente sempre soube como é ter estilo próprio.


Iggy Pop:
A primeira vez que ouvi o disco do Velvet Underground e Nico foi numa festa no campus da Universidade de Michigan. Simplesmente odiei o som. Sabe como é: “COMO É QUE ALGUÉM PODE FAZER UM ÁLBUM COM UM SOM DE MERDA DESSES? ISSO É NOJENTO! TODA ESSA GENTE ME DÁ NO SACO! GENTALHA HIPPIE FODIDA! BEATNIKS FODIDOS, SOU A FIM DE MATAR TODOS ELES! ESSE SOM É UM LIXO!”
Depois, uns seis meses mais tarde, o disco me pirou. “Oh, meu Deus! Uau! Essa é uma porra de um disco genial!”. Este discoo se tornou importantíssimo pra mim, não só por causa do que dizia e por ser tão maravilhoso, mas também porque ouvi outras pessoas que sabiam fazer uma música boa – sem serem nada boas em música. Isto me deu esperança. Foi a mesma coisa que na primeira vez que ouvi Mick Jagger cantando. Ele só consegue cantar uma nota, não tem inflexão nenhuma e só vai: “Hey, well baby, I can be oeweowww….” Toda canção é no mesmo tom invariável, e é só aquele garoto dizendo as letras. Foi o mesmo com os Velvets. O som era tão simples e ainda assim tão bom.

Saiba mais sobre o “Velvet Underground & Nico”, ou o “álbum da banana”.